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Segundo Haddad, Lula ficou 'surpreso' após queda da carga tributária no Brasil em 2023
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No Brasil a carga tributária somou 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. O ministro defende revisão de cadastros de beneficiários para abrir espaço para outras despesas.
- Por Camilla Ribeiro
- 17/06/2024 21h59 - Atualizado há 4 meses
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou "surpreso" com a informação de que a carga tributária do país recuou em 2023.
O presidente foi informado sobre essa queda na carga tributária nesta segunda-feira (17), após reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) no Palácio do Planalto.
De acordo com números do Tesouro Nacional, a carga tributária somou 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
A arrecadação da União, no último ano, dos estados e dos municípios somou R$ 3,52 trilhões, enquanto o PIB em valores correntes totalizou R$ 10,85 trilhões.
Segundo o órgão, a carga tributária teve uma queda de 0,64 ponto percentual do PIB em relação ao valor registrado em 2022 – que foi de de 33,07% do PIB.
"[O presidente] ficou até surpreso com a notícia de que a carga tributária no Brasil ano passado caiu, porque as pessoas às vezes reclamam, grupos de interesse reclamam e não veem a confirmação do todo, da evolução da carga tributária. Nós apresentamos várias séries históricas também para ele, desde o governo Fernando Henrique, até hoje", disse Haddad a jornalistas.
"Eu senti o presidente bastante mais senhor dos números, se apropriou dos números com muita atenção, abriu um espaço importante de discussão dessas questões", declarou Haddad.
Revisão dos cadastros
O ministro da Fazenda afirmou nesta segunda-feira (17), que a revisão de cadastros, ou seja, de bancos de dados de benefícios previdenciários e assistenciais, deverá abrir espaço no orçamento para outras despesas.
Isso acontecerá porque haverá a exclusão das pessoas que não têm direito aos benefícios.
"Tomamos até a experiência do Rio Grande do Sul recente, em virtude das chuvas lá. O trabalho que foi feito de saneamento dos cadastros, o que isso pode implicar em termos orçamentários do ponto de vista de liberar espaço orçamentário para acomodar outras despesas e garantir que as despesas discricionárias continuem no patamar adequado para os próximos anos", afirmou o ministro.
-No ano passado, o governo iniciou um processo de revisão do cadastro do Bolsa Família.
-O governo também trabalha em uma força tarefa, neste ano, para excluir do cadastro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pessoas que estejam recebendo indevidamente os benefícios.
Ao ser questionado se o governo pretende fazer uma revisão da base de dados do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o ministro da Fazenda disse apenas que a Casa Civil e o Ministério do Planejamento prepararam "vários gráficos" para o presidente Lula compreender melhor a evolução das despesas.